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Motivos pelos quais Moisés proibiu a evocação dos mortos

Moisés só proibiu a comunicação com os mortos, pois em seu tempo havia exploração indevida da faculdade mediúnica, como hoje muitas vezes isto ainda acontece. O que ele queria coibir era o mau uso da faculdade mediúnica, e isto Kardec também fez.

O uso da mediunidade para adivinhações, agouros, feitiçaria ou encantamentos, são práticas de magia antiga, que Moisés condenou e que não são praticadas e nem apoiadas pelo Espiritismo. Conforme esclarece “O Evangelho Segundo Espiritismo”: "Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a superstição, que provocou a proibição de Moisés. O Espiritismo moderno, compreendendo o aspecto sério do assunto, lançou o descrédito sobre essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão.". 

No mesmo livro também encontramos o seguinte esclarecimento: “Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz”.

Em “O Livro dos Médiuns”, Kardec adverte: “Julgar o Espiritismo pelo que ele não admite, é dar prova de ignorância e desvalorizar a própria opinião”.

A seguir vamos apresentar algumas contradições dos críticos ao Espiritismo:

1º - Muitos irmãos que atacam a mediunidade dizem que não existe comunicação com os mortos e usam a lei mosaica, porém, se Moisés proibiu evocar os mortos, é que estes podiam vir, pois do contrário inútil seria a proibição de algo que não existe. Ora, se os mortos podiam vir naqueles tempos, também o podem hoje. Quando esta questão é rebatida, os opositores afirmam que são demônios (e contradizem com a primeira afirmação de que é algo impossível), mas usando a lógica, se os que se comunicam são os Espíritos dos mortos, não são demônios que estão falando. 

2º - Se a lei de Moisés deve ser tão rigorosamente observada neste ponto (proibindo a comunicação com os mortos), por qual motivo os irmãos que a usam para condenar o Espiritismo, não a levam ao pé da letra em todos os outros pontos? Por que seria a lei está certa no tocante às evocações, sem precisar de interpretação, mas com relação a outras proibições é preciso interpretar o contexto histórico? É preciso ser justo e tratar toda a lei da mesma forma interpretativa e não da forma como convém aos críticos.

Como podemos ver, todos os argumentos que usam para atacar a mediunidade caem por terra por serem incoerentes e contraditórios, sem precisarmos usar argumentos necessariamente espíritas, apenas usando a lógica, a razão e o bom-senso.

Em “O Céu e o Inferno”, Allan Kardec nos esclarece que repelir as comunicações de além-túmulo é repudiar o meio mais poderoso de instruir-se, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que tais comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, o bem que podemos fazer, desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os que sofrem a desprenderem-se da matéria e a se aperfeiçoarem. Interdizer as comunicações é, portanto, privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar. 

As seguintes palavras de um Espírito cuja mensagem encontra-se na obra acima citada, resumem admiravelmente as consequências da evocação, quando praticada com fim caritativo: 

"Todo Espírito sofredor e desolado vos contará a causa da sua queda, os desvarios que o perderam. Esperanças, combates e terrores; remorsos, desesperos e dores, tudo vos dirá, mostrando Deus justamente irritado a punir o culpado com toda a severidade. Ao ouvi-lo, dois sentimentos vos acometerão: o da compaixão e o do temor! compaixão por ele, temor por vós mesmos. E se o seguirdes nos seus queixumes, vereis então que Deus jamais o perde de vista, esperando o pecador arrependido e estendendo-lhe os braços logo que procure regenerar-se. Do culpado vereis, enfim, os progressos benéficos para os quais tereis a felicidade e a glória de contribuir, com a solicitude e o carinho do cirurgião acompanhando a cicatrização da ferida que pensa diariamente." (Bordéus, 1861.).’’

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